Pobreza


BOLSÕES DE POBREZA

Pobreza, circunstância econômica na qual uma pessoa carece dos recursos básicos para satisfazer as mínimas necessidades de assistência médica, alimentação, moradia, vestuário e educação.


A pobreza relativa é experimentada pelas pessoas que possuem uma renda abaixo da média de uma determinada sociedade. A pobreza absoluta refere-se às pessoas que não dispõem dos alimentos necessários para manter a saúde.

A pobreza tem sido considerada como indicador de ajuste econômico desigual entre os países mais avançados e os países em desenvolvimento, estando a riqueza acumulada nos primeiros e a pobreza nos segundos, o que forma a denominada linha Norte-Sul. As zonas mais pobres do mundo são: o sul da Ásia (Bangladesh, Índia e Paquistão), África do Norte, Oriente Médio, América Latina e Ásia oriental (China).

Um dos mais graves problemas da humanidade em todos os tempos, a pobreza preocupou economistas como Adam Smith, que, na obra A riqueza das nações, de 1776, afirmou: "Nenhuma sociedade, cuja maior parte de seus membros são pobres e miseráveis, pode ser próspera e feliz."

Pobreza, em sentido genérico, é a carência de meios essenciais que garantam a sobrevivência. Em sentido estrito, as necessidades básicas são as que se referem à manutenção da vida; em sentido amplo, dependem do padrão de vida de cada comunidade. Assim, pode designar-se por pobre a pessoa cuja carência a situa à beira da morte, ou a pessoa cuja nutrição, moradia e vestuário, embora suficientes para a preservação da vida, têm qualidade inferior às da população em geral. A pobreza se define segundo parâmetros temporais e espaciais diversos.

Quando tem duração limitada e é generalizada, a pobreza se caracteriza como cíclica. Nos países de baixa industrialização, a incapacidade ocasional de prover as necessidades básicas decorre da escassez sazonal de alimentos, causada por fenômenos naturais ou mau planejamento agrícola. Nas nações industrializadas, em que o padrão de vida depende da capacidade da economia de gerar riqueza e emprego, tem origem em crises econômicas, como a depressão da década de 1930. Os efeitos das recessões econômicas-- altas taxas de desemprego e redução da produção e da renda nacionais -- afetam principalmente as camadas mais pobres da população, desprovidas de recursos alternativos de sobrevivência.

A insuficiência relativamente constante de meios de suprir as necessidades básicas chama-se pobreza coletiva. Pode ser genérica, quando descreve o padrão médio de vida de toda uma sociedade, ou concentrada em segmentos de uma sociedade próspera. No primeiro caso estão os países subdesenvolvidos, nos quais o conjunto da renda nacional não seria suficiente para manter as populações mesmo que fosse dividido igualmente por todos os cidadãos. Situam-se nesse quadro muitos países da Ásia, África e América Latina. No segundo, estão os grupos que vivem na periferia das grandes cidades americanas e européias, constituídas principalmente de trabalhadores imigrantes ou provenientes do meio rural. Em qualquer desses modelos, as populações atingidas têm baixa expectativa de vida, doenças causadas pela desnutrição e altas taxas de mortalidade infantil.

A pobreza individual, como a coletiva, tem caráter permanente, mas sua área de distribuição limita-se ao indivíduo ou família incapaz de prover suas necessidades, mesmo quando vive numa comunidade próspera. Pode ser gerada por impedimentos físicos ou psíquicos. A pobreza de classe é característica de uma camada social de baixo rendimento, mantida nessas condições pela discriminação racial, educacional, domiciliar e empregatícia. Em quase todas as sociedades nas quais há dois ou três grupos étnicos, é pobre o que está situado mais abaixo na escala social.

As sociedades modernas constataram que a pobreza não é um mal inevitável ou incontrolável e buscam atenuar seus efeitos com medidas de política social, como a implantação do estado de bem-estar e a defesa de programas econômicos baseados na distribuição mais justa da riqueza. Apesar dessas medidas, a pobreza não só persistiu como se agravou na segunda metade do século XX. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, a proporção de pobres na população mundial continua muito alta, embora a riqueza das nações tenha se multiplicado diversas vezes.

O que é IDH:
IDH é o Índice de Desenvolvimento Humano, composto por indicadores econômicos e sociais, critério utilizado para medir o nível de pobreza e a qualidade de vida das populações. Os itens principais são nível de escolaridade; mortalidade infantil; renda per capita; e condições de habitabilidade.

O índice 0,500 é considerado o ponto crítico, abaixo do qual configura-se situação intolerável; de 0,500 a 0,799 registra-se um estágio médio de desenvolvimento (patamar em que se situa o Brasil, com IDH de 0,757, ocupando a 73ª colocação no ranking mundial). Os cinco países com maior IDH são Noruega, Suécia, Canadá, Bélgica e Austrália, e os cinco menores são Serra Leoa, Níger, Burundi, Moçambique e Burkina Faso.

Sociedade encontra opções para trabalho e renda
Somos o oitavo maior PIB do mundo, com produção próxima a 800 bilhões de dólares anuais. Entretanto, no ranking do PIB per capita, caímos para a 34ª posição entre os 133 maiores países. Segundo o PNAD, realizado pelo IBGE, temos 85 milhões de pessoas, ou 54% da população, com renda inferior a R$ 132 mensais, mínimo utilizado como parâmetro pela Organização Mundial de Saúde para definir a pobreza. Desses, cerca de 17 milhões vivem em estado de miséria absoluta. Por Estado, o Maranhão possui 86% de seus habitantes abaixo da linha de pobreza. É o pior quadro do país. A média no Nordeste é de 80% de pobres. Minas Gerais está em décimo lugar no país, junto com o Espírito Santo e Mato Grosso, com 55% de pobres. A sociedade ressente esse desnível e procura suas próprias soluções. O chamado Terceiro Setor reúne empresas, fundações e milhares de entidades que atuam prioritariamente na defesa do meio ambiente, assistência a menores e adolescentes, educação, questões de gênero, direitos humanos, saúde e cultura.

A raça do brasileiro interfere diretamente na composição da desigualdade social do país. Um mapeamento racial das classes sociais do Brasil mostra que não há democracia na distribuição da miséria: a porcentagem de brancos e negros é extremamente desigual ao se avaliar separadamente a raça dos mais pobres e dos mais ricos do país. Um levantamento feito com dados até 1999 verificou que os negros e pardos são 45% da população brasileira, mas correspondem a cerca de dois terços dos pobres (64%) e dos indigentes (69%). Os brancos, por sua vez, são mais da metade da população total (54%), mas são apenas cerca de um terço dos pobres (36%) e dos indigentes (31%). Especificamente, os negros e pardos representam 70% dos 10% mais pobres da população, enquanto, entre o décimo mais rico da renda nacional, somente 15% da população é negra. O estudo foi realizado por Ricardo Henriques, da Universidade Federal Fluminense, e divulgado como texto para discussão pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Há "uma nítida hierarquia de discriminação no interior da pobreza", afirma Henriques no estudo. 

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